sexta-feira, 31 de dezembro de 2010


Sabe o tipo de pessoa que gosta de planejar tudo e que as coisas sigam aquele script pré-determinado? Confesso que me incluo nessa categoria. No entanto, 2010 veio para jogar por terra essa minha teoria de que as coisas funcionam sempre melhor quando planejadas. Não que eu vá deixar de continuar fazendo planos, do contrário teria modificado minha essência e deixado de ser eu mesma. Porém, devo dar o braço a torcer... 2010 me ensinou:
1-) Não planejado não é sinônimo de ruim. Surpresas também podem ser positivas.
2-) Sabe as resoluções de Ano Novo? Você pode até escrevê-las religiosamente ao fim de cada ano, mas quando for checar, se tiver realizado a metade, considere-se já uma pessoa focada.
3-) Cápsulas de guaraná nunca me pareceram tão necessárias quanto nesse ano. Vai ficar acordado pelo motivo n que seja? Cafeína!
4-) É possível conciliar festas e estudos, desde que se observe o ensinamento número 3.
5-) Engov é um bom companheiro para um universitário. Antes e depois do álcool, conte com ele.
6-) Se desapaixonar não é tarefa das mais simples e não vai acontecer da noite pro dia, mas pode acontecer em alguns meses se você se esforçar.
7-) Sabe o que você prometeu, praticamente jurou de pés juntos, que não faria? Pois é, não cuspa para cima ou correrá o risco de cair sobre sua própria cabeça.
8-) Eu deveria ter ido no INTERUNESP nos outros anos. Melhor e maior festa ever!
9-) Valorizar mais cada momento agradável.
10-) Independentemente dos eventuais tropeços eu sou uma pessoa de sorte e tenho amigos fantásticos.
Portanto, eu não tenho grandes reclamações sobre 2010. Algumas prioridades podem mudar esse ano, mas eu não desejo parar de evoluir como pessoa. Em resumo, que 2011 seja uma versão melhorada de 2011... Muita felicidade na minha vida, da minha família e dos meus amigos. Sendo assim, "Querido 2011, espero que você humilhe 2010".


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Olhando para o mar...


Sentada na praia, sobre as areias do tempo... Posso dizer que vi o agito do verde mar. Em um primeiro instante matreiro e insinuante, apenas para depois se mostrar instigante e sedutor. Diante de tamanho fascínio que senti frente a toda aquela imensidão, não pude evitar levantar e seguir em sua direção. O mar me acolheu calorosamente, fazendo com que eu, incauta, aprofundasse-me em seu mistério e delírio. Suas águas mornas eram sedentas de paixão e me acariciavam com lascívia. Encantava-me cada toque e a sensação de plenitude apenas por estar em meio àquelas águas.
Não pude perceber que tinha ultrapassado o ponto racional de segurança. Mas que mal poderia haver? O mar era tão... tão... deslumbrante! No entanto, logo descobri que o mar também podia ser cruel com suas ondas impiedosas a tentar me afogar. O que era sonho transformou-se em pesadelo. Eu nadava e nadava, tentando sem aparente sucesso me livrar de suas águas traiçoeiras. Buscava me livrar a todo custo da profundidade que tentava me tragar para um caminho sem volta.
Após o que me pareceram meses de esforço em braçadas, consegui com grande alívio alcançar a praia. Aquela areia nunca havia me parecido tão macia e confortável. Respirei profundamente aquele precioso oxigênio. Hoje, quando me sento na praia para ver o mar não mais me deixo enganar. O seu verde é belo, mas traz lembranças de momentos e pensamentos precipitados. Hoje, eu posso levantar e partir, sem olhar para trás.

"Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos." - Heráclito de Éfeso

sábado, 10 de julho de 2010

Despertar de um sonho


Acordou assustada com o ruído do despertador do celular. Por um instante sentiu-se confusa e demorou um pouco para se dar conta de que se encontrava em seu quarto, na sua cama. Após uma rápida olhada no visor do celular, descobriu ser 10h30min. Automaticamente desligou o aparelho, desativando o despertador. Afinal, estava de férias ou não? Colocou a cabeça de volta no travesseiro e voltou a cerrar os olhos. Com o que estivera sonhando mesmo? Ah sim, não pôde deixar de sorrir. Estava acostumada a ter sonhos vívidos e simultaneamente sem noção, o tipo de sonho que por mais absurdo que parecesse ainda assim tinha um quê de realidade. E aquele havia sido um sonho desse tipo, daquele em que se tem dificuldades para reconhecer que de fato foi um sonho e não um acontecimento nos primeiros segundos após abrir os olhos.
Buscou concentração, repassando o sonho mentalmente. Como começava mesmo? Era preciso certo esforço para visualizar os detalhes em sua mente, mas estava conseguindo. Primeiro havia começado em uma piscina. A piscina da escola onde estudara por muitos anos. No entanto, estava diferente. Surpreendentemente mais funda... No entanto, surpreendente era lugar comum em seus sonhos. Surpresa seria se algo ordinário acontecesse. Olhava em volta. Havia pessoas ao redor, mas fora da piscina e nenhuma delas era nítida. Não reconhecia ninguém, apenas estranhos borrões coloridos que sabia serem pessoas. Subitamente começou a ter dificuldades para se manter sobre a superfície da água, o nível parecia estar aumentando... Não entrou em pânico, parecia saber que sairia daquela, que ainda não era chegada a sua hora. E eis que como um passe de mágica ela conseguiu visualizar uma pessoa. A pessoa estava com um calção azul-marinho e uma toalha pendurada no pescoço. Ela o conhecia, era um amigo seu. Como um passe de mágica, no segundo seguinte estava ao lado dele. O rapaz a abraçara por cima do ombro, de lado, como que a passar algum tipo de apoio e os dois saíram andando. Para onde, ela não sabia. Entretanto não tardou a descobrir. Entrou no escritório de seu pai e... Como assim estava havendo uma festa de grandes proporções lá dentro??? Seu amigo simplesmente a deixou na parede que ficava de frente para a porta e desapareceu de seu campo de visão. Por um momento sentiu-se perdida. Pensando que escritório e festa não se harmonizavam numa mesma frase. Estava em uma roda de pessoas que não conhecia. Não estava com vontade de falar com elas, o que não era comum. No geral, ela era uma pessoa aberta a conhecer outras. Mas não naquela ocasião. Não sentia que pertencia aquele lugar. Saiu da roda, intencionando dirigir-se para a saída. Deu uma última olhada no local e então o viu... Estacou à visão de alguém que ela ainda não havia reparado no recinto, o seu não-exatamente-amigo sentado sozinho no sofá vermelho e a encarando de volta. Virou-se novamente e começou a andar para a saída. Havia acabado de passar pela porta quando alguém a segurou pelo braço. Automaticamente ela se virou e se deparou com aquele par de olhos azuis que havia vislumbrado segundos atrás. Indagou-se internamente, tentando descobrir quais eram as intenções dele com aquilo. Não eram amigos, tampouco inimigos. Uma definição melhor seria conhecidos que se cumprimentavam quando se viam. Uma definição melhor ainda seria que ele era o conhecido que ela cumprimentava e com quem já tinha trocado saliva por duas vezes. Sabia o nome dele, obviamente e várias coisas mais que isso, mas não vinha exatamente ao caso. O que vinha ao caso era a curiosidade de saber o que aquele seu conhecido loiro queria consigo assim do nada. Ela ofereceu-lhe um pequeno sorriso à guisa de cumprimento, o qual ele aceitou e retribuiu. No instante seguinte ele se ajoelhou, como um homem faz quando vai pedir a mulher amada em casamento. Mas ela não pensava nessa possibilidade. Ele não seria louco o suficiente de pedi-la em casamento após ficarem por apenas duas vezes em um largo espaço de tempo. E nem ela queria que ele fosse louco desse jeito. Ela não o amava. Não, mas também não estava certa do que sentia por ele. Sem definições era mais prático lidar com o assunto. Apenas admitia que havia atração mútua. Claramente, deveria haver uma explicação plausível para o que ele estava fazendo. Ele havia murmurado algo, mas como estava perdida em pensamentos teve que pedir para que ele repetisse. "Fiz uma música para você com o seu nome." Ela sorriu, meio que desacreditando "Não existem muitas músicas com o meu nome." O que queria dizer mesmo é que não sabia da existência de nenhuma música que tivesse seu nome. Ele elucidou, explicando que ele mesmo havia feito a música e então cantou um pedaço. Ela sorriu mais ainda e o interrompeu "Adoro músicas com o meu nome." foi o que disse, em tom confessional. Em seguida abaixou-se, visto que ele ainda se encontrava com um joelho no chão. Seus rostos ficaram próximos e os dois se encararam. Os lábios ensaiando se tocar e quando ocorreu, ele se levantou, ainda a beijando. O beijo era calmo, como se eles tivessem todo o tempo do mundo. Certo tempo depois ele parou o beijo e puxou-a pelo corredor. Pararam perto da porta que dava para a sala de jantar. Coincidentemente o primeiro beijo dela havia sido naquele lugar. Havia uma cadeira ali. Ele sentou-se e estendeu uma mão, a qual ela aceitou. Ele então puxou-a para sentar-se sobre seu colo, de frente para ele. Ela acariciou o rosto dele brevemente antes que se beijassem mais uma vez. O beijo agora se tornara mais ávido. Lábios famintos, línguas lascivas em uma dança sincronizada, mãos a passearem pelo corpo alheio, em busca da pele ocultada pelo tecido das vestes. Visivelmente as coisas estavam esquentando e... Ela acordara assustada pelo barulho do despertador do celular!!!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Repaginando

Olho para trás e é incrível pensar que há momentos em que pareço estar patinando no mesmo lugar. Talvez sim, talvez não...Bem, provavelmente não, uma vez que devo levar em consideração a minha – indesejável – tendência a não enxergar as minhas boas realizações. Como é que vários dias de estabilidade podem ser ofuscados por um de impasse? A não ser que se trate de uma falsa estabilidade, pseudoequilibrada em um tripé cocho de razão, emoção e ilusão.
Os acontecimentos – ou a falta deles – oscilam a minha frente, como se me desafiando a tentar controlá-los. Não conseguir é frustrante. Desistir da possibilidade de controle é ainda mais. Então, vou seguindo ao passo de meia frustração...O que não é nem de longe agradável, mas também não me parece ser a pior opção. Constitui-se numa alternativa semiviável, provisória...
A questão é: Até quando? Até quando alguém consegue continuar na estrada no meio de uma encruzilhada, sem saber –ou sem querer – escolher para qual lado vai? Posso dizer que eu não sou o tipo de pessoa que consegue ficar muito tempo no caminho do meio. Aquele que meio satisfaz, aquele que é meio fácil, aquele que te faz meio feliz. Meia felicidade não é viver, é escolher vegetar diante da vida. Às vezes é necessário seguir pelo caminho X, aquele que se sabe ser mais tortuoso, mas que no fim levará a uma satisfação maior que a meia satisfação que é só o que o caminho Y pode proporcionar.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Um Segundo


Hoje, uma notícia na tv me chamou a atenção. Foi acrescentado um segundo ao ano de 2008 devido à rotação cada vez mais lenta do planeta Terra. Tal fato me levou a questionar o valor de tão ínfimo tempo. Mas será que é tão insignificante assim?
O tempo é relativo. Um segundo é relativo. Portanto, sua relevância deve ser considerada. O segundo que antecede um beijo pode parecer uma eternidade pela ansiedade que se sente. Um segundo em uma prova não é nada, é o conjunto dos segundos como um todo que faz a diferença. Um segundo ao lado de quem se ama não chega nem perto de satisfatório para matar as saudades, mas ao lado de quem se odeia é mais que o suficiente para despertar a aversão. O último segundo de uma partida de basquete pode ser fundamental, ainda mais se a bola passando pela cesta significar a vitória pela virada no placar. À beira da morte, a vida pode passar em frente aos nossos olhos em um segundo. Um segundo de alegria por uma vitória passa tão rápido que mal podemos saboreá-lo, enquanto um segundo amargando uma derrota nos dá a sensação de ser todo o tempo do mundo.
Mesmo que não sinta passar, eu escolho viver o segundo em que o beijo acontece, o segundo em que se assinala uma questão, o segundo ao lado de quem se ama e a consciência da importância do último segundo da partida de basquete. Assim sendo, eu escolho relativizar o segundo a mais que nos foi dado a cada ano a favor de sua relevância e do que esta pode nos proporcionar.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Final de Ano

No fim de dezembro as pessoas parecem estar mais alegres, mais dispostas. Na véspera de Natal então...Os olhos brilham e a tendência é se entusiasmar com até as coisas mais simples. Sintomas de paixonite, não? Sim! Há uma tendência geral de paixão pelo Natal.
Os religiosos comemoram o nascimento de Jesus, há a missa do galo. As crianças acreditam em papai noel e se sentem muito felizes quando vão ao shopping e conversam com o bom velhinho, tagarelando sem parar sobre o que esperam ganhar de presente. É claro que sempre há os do contra que enxergam no Natal apenas uma data a mais da qual o capitalismo se aproveitou para alimentar um ente abstrato e misterioso chamado Mercado.
No entanto, a despeito da opinião materialista da data, as famílias costumam se reunir (nem que seja essa o único dia no ano em que isso ocorre...) para a ceia, como se fossem aquelas família margarina -quem nunca reparou na artificial perfeição demonstrada à mesa de café da manhã nos comerciais de margarina? - e os problemas são empurrados para o fundo da mente e tornam-se diminutos. Aquele primo nem é tão chato assim, não é mesmo? A sogra só estava querendo o melhor para todos ao fazer aquela crítica "pequena" sobre você, pra que arranjar briga com ela por uma coisa tão ínfima? Afinal, é Natal e o Ano Novo está em sua cola...Tem sempre alguém pra dizer numa reuniãozinha dessas "Ano Novo, vida nova". Só conversa, não é mesmo? Mas na hora você acredita e você pede pra Iemanjá pulando sete ondinhas, você abraça alguém do sexo oposto pra ter sorte no amor, você come lentilha na virada, você carrega folha de louro na carteira...Enfim, você percebe que é um puta supersticioso, não importando se você costuma passar embaixo de uma escada ou não. Você olha para aquela luminosidade fantástica que contrasta contra o veludo negro do céu e se impressiona. É Ano Novo, as preocupações ficaram pra trás e você vai brilhar a partir de então porque seguiu todas as simpatias que conhecia. Correto? Ledo engano...Da próxima vez em que pensar na peculiar reação das pessoas com relação ao Natal e Ano Novo, pense que mais do que otimismo, é necessário ação para mudar. Ou será que você prefere continuar apostando nas simpatias de fim de ano?

quinta-feira, 20 de março de 2008

Starting a new life

Deixar a casa dos pais é um grande passo na vida de uma pessoa. Não se resume ao fato de você não dividir mais o mesmo teto que os seus progenitores, envolve amadurecimento e uma série de mudanças.
Mudar para Franca foi uma experiência incrível e que mexeu com algumas questões que eu nem sabia existir dentro de mim. Lidar com o sentimento da saudade nunca foi algo fácil para mim. Há aqueles que diriam sem pestanejar que sou uma pessoa fria, o que não corresponde exatamente à verdade. Se alguém não demonstrar sempre que se importa, não implica necessariamente que não se importe. No entanto, posso dizer que fui surpreendida por mim mesma. Pensava estar muito bem preparada nesse quesito...Posso dizer que descobri estar redondamente enganada. Saudade do aconchego do lar, das muitas horas na frente do computador, da mordomia de poder dormir numa cama de casal e tantos outros privilégios que você só se dá conta quando não os tem mais. Saudade de ouvir a voz dos familiares, nem que seja pra dizer o quanto é irritante assistir às minhas brigas com o meu irmão. Saudades dos meus amigos ao lembrar o que faz cada um deles ser especial para mim...
No entanto, eis que a vida universitária entra em cena com toda a sua glória e também seus problemas. Mas não quero falar das grandes filas para comprar o ticket do RU ou da biblioteca estar arrumando seu sistema computacional e por isso demorar para abrir. Ok, o lado bom: Festas, festas e festas! Brincadeira, se bem que realmente há muitas festas. Ser Unespiano de Franca é louvar o Interunesp, é rir muito na “Miss Bixo”, é ser jogado (ou não) na fonte da praça principal, é ironizar ao dizer “piscina da Unesp”, é demonstrar união, é cantar o hino “Franca, sapato, advogado...” por mais obsceno que seja e utilizar sua caneca na night.
Estar numa universidade pública, à qual uma ínfima parcela da população tem acesso, é uma honra e um privilégio. Certa vez um veterano me confidenciou que a universidade pública é capaz de formar o melhor e o pior profissional e isto porque para se destacar é preciso “correr atrás”. E é aí que se encaixa o quesito responsabilidade. Devemos esta não somente em respeito ao dinheiro do contribuinte que paga o ensino superior público ou a nossos pais. Devemos a nós mesmos. Tolice seria desandar justo agora depois de estudar por anos para passar no vestibular. Pena (ou não) que nem todos pensem assim...Anyway, assim sobram mais vagas no mercado de trabalho.

P.S.: Texto que saiu do nada da minha mente às 2h e pouco da manhã ahuahauahuahau, dêem o devido desconto